Sou da companhia da Bugra

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

LAGARTA

Lagarta mastiga folhas, digere certa fé e escorrega até a terra. Perambula desejos em caça por um berço onde grudará o seu único pedido, lapso espaço de oração para sagrada metamorfose. Somatiza a fé, partilha a esperança, e compartilha, em longo e sereno sono, o sonho de sua espera.

Encubada na paz seiva verde condensa arco-íris. Em silêncio borboleteia universo de folhas liquidificadas. Fotosíntese vertente celeste consagra a lagarta, nasce mansa cor. Borboleta é voo de promessas, brincadeira de jardim, alegria do vento e das meninas de meus olhos.
Vanda Ferreira

domingo, 15 de janeiro de 2012

VERÃO

VERÃO


Vanda Ferreira

Em céu iluminado, escancaradamente abre-se o olho planetário. Meus olhos, teus olhos, nossos olhos verão fulgorosos tons escandalosamente amarelos, doces moldados em polpas de frutas, fartura frugal em mesas de cores transbordadas de cruas gamelas.

Verão mulheres vestidas de flores, permanentes sorrisos nas praças. Ciranda de passarinhos, crianças, bolas, cachorros. Verão espetáculo do ensaio da terra seca e molhada, explosão madura no palco comunitário, socialmente correto.

Verão sinônimo de alegria, versão de liberdade. Igualdade é promovida da riqueza da simplicidade. Floração do bem, todos verão. Inevitável ver alegria no Verão.