Há um tipo de lepra que come,
outra que bebe, outra que rasga;
Lepra que alfineta os roteiros de paz
funga a plantação de flores, mofa a fertilidade da terra.
Há o mal instalado em retorcido corpo
cunvulsivo de ira espionando o bem.
O mau sonda o bom
Portando em ambas mãos escancarado desejo de saquear;
Punhais, facões, tridentes;
rajadas sopradas de venenosas goelas
(labaredas de irises de incandescidos fornos)
tecem alastradas armadilhas
costuradas com perigosa linha de inveja,
lepra munida de sede, fome e outras incontidas ardências.
Quilométrica lingua cravada na garganta
de famintos vermes comendo vivas carnes;
Inveja lambe santas sangrias,
deposita venenos
para manter as alargadas chagas
Há tantos tipos de lepra...