Sou da companhia da Bugra

domingo, 25 de julho de 2010

P r o s e a n d o

TALVEZ

Talvez eu tenha boca gigante, escancaradamente aberta; Coisa de rio: tudo aceitável, recebido goela abaixo;
Certamente que tenho o mesmo estômago do rio: nem tudo digiro; Talvez eu tenha desejo de terra, instabilidade que ora urge por chuva, ora urge por secura; Quereres que promovem as diferentes verdades da vida. Talvez eu até desejo ter estômago de ema, pernas de seriema, olhos de coruja e fome insaciavelmente humana. Talvez, eu almejo estar em campo aberto, ruminando paz e regurgitando-a em uma rosa-dos-ventos.

Vanda Ferreira

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