Lagarta mastiga folhas, digere certa fé e escorrega até a terra. Perambula desejos em caça por um berço onde grudará o seu único pedido, lapso espaço de oração para sagrada metamorfose. Somatiza a fé, partilha a esperança, e compartilha, em longo e sereno sono, o sonho de sua espera.
Encubada na paz seiva verde condensa arco-íris. Em silêncio borboleteia universo de folhas liquidificadas. Fotosíntese vertente celeste consagra a lagarta, nasce mansa cor. Borboleta é voo de promessas, brincadeira de jardim, alegria do vento e das meninas de meus olhos.
Vanda Ferreira
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